Wednesday, October 2, 2019

COMPLEMENTO NOMINAL VS ADJUNTO ADNOMINAL


·         Complemento nominal completa o sentido de um substantivo abstrato, de um adjetivo ou de um advérbio. CN sempre vem preposicionado.

·         Adjunto adnominal sempre completa o sentido de um substantivo concreto, exceto em casos especiais. Adj. adnominal nem sempre é preposicionado.

Exemplos:
1)       

Os homens são         insensíveis                                 ao sofrimento alheio.
                    Adjetivo/predicativo do sujeito           Complemento nominal.

O complemento nominal é um termo integrante, ou seja, é indispensável. A frase, sem ele, perde o sentido. Ao retirarmos o complemento nominal, não conseguimos entender a oração: os homens são insensíveis. Insensíveis a quê? – Uma pergunta é gerada, pois faz-se necessário um CN para completar o sentido da oração.

2)       

Agi              favoravelmente                               a eles.
              Advérbio/objeto direto        Complemento nominal.

[Eu] agi favoravelmente a quem? A eles. O CN, novamente, gera uma pergunta. Sem ele, é impossível que a frase tenha sentido completo.

3)       

Tenho                  medo                                do escuro.
               Substantivo abstrato        Complemento nominal.

Todo substantivo abstrato gera automaticamente uma pergunta. Tenho medo... de(o) quê? Se alguém tem medo, tem medo de algo ou alguma coisa. Os substantivos abstratos sempre geram perguntas, pois necessitam de alguém ou de algo para existirem. Os substantivos concretos não geram perguntas. Por exemplo: tenho um carro. Carro, aqui, é um substantivo concreto. Ninguém, ao ler essa frase, pensaria: “tenho um carro de quê?” Assim, nunca haverá complemento nominal à frente de um substantivo concreto, pois não é necessário completar sentido algum.

4)       

Eles compraram um carro                           de maneira para seu filho.
                   Substantivo concreto          Adjunto adnominal

Como eles compraram um carro, e carro é substantivo concreto, não é indispensável complementar o sentido da frase com um complemento nominal. No caso, qualquer característica atribuída a carro é dispensável; ou seja, não é necessário dizer que o carro é de maneira para completar o sentido de compraram um carro. O adjunto adnominal apenas adiciona uma característica dispensável ao objeto.

5)      Caso especial:

Ouvi                       as críticas                   da minha família       calado.
                     Substantivo abstrato       Adjunto adnominal

Apesar da palavra crítica ser um substantivo abstrato, o termo seguinte é adjunto adnominal. Nesses casos, para diferenciar entre CN e adjunto adnominal, basta fazer-se uma simples pergunta, nesse caso: “ouvi as críticas... de quem?!” Da minha família. Como a resposta à pergunta anterior foi suprida sem inconsistência, trata-se de adjunto adnominal. Se a resposta estivesse incongruente em relação à pergunta, seria CN.

6)      2ª caso especial:

Ouvi                       as críticas                     aos meus amigos       atônito.
                     Substantivo abstrato       Complemento nominal

Novamente, faz-se necessário uma pergunta simples: “ouvi as críticas... de quem?!” Aos meus amigos...!? Se alguém ouve críticas, ele ouve crítica de algo ou alguém. A resposta, nesse caso, não bate com a pergunta; ou seja, aos meus amigos é complemento nominal. O macete, aqui, está em analisar a pergunta e a resposta suscitadas pelo substantivo abstrato. Então, se a resposta não supri a pergunta, trata-se de CN.

Outros exemplos para elucidar melhor:


·         Presenciei o assalto da quadrilha. Presenciei o assalto do quê? De quem? Da quadrilha (Adjunto adnominal).

·         Presenciei o assalto ao banco. Presenciei o assalto do quê? De quem? Ao banco!? (CN)

Obs: em alguns casos não será possível utilizar esse macete. Quando isso ocorrer, é necessário se guiar pela gramática mesmo.